
Deparei-me com o céu, vi a beleza das estrelas. Brilhantes, deslumbrantes, exatamente igual à imensurável e incontestável beleza (não somente da aparência) do meu amor.
Ao longe, um horário intrigante. O relógio marcava 22 minutos após as dez da noite. Lembrei-me da superstição: Estaria ele a pensar em mim?
Ah! Como eu queria que estivesse aqui, agora! Eu me sentiria inteira, ou talvez, completa.
Deparo-me com o céu novamente, a fim de ter lembranças constantes, e a majestosa lua cheia dá a elas um ar mais romântico que o impossível. Sendo o amor capaz de tornar pequena toda e qualquer longínqua distância, por que apenas meu amor disso não se dá conta?
Até estes dias de minha existência, nunca havia encontrado alguém como esta pessoa. Se por ventura vier a me odiar, não hei de entristecer e parar de sonhar, pois o início de um amor está nos sonhos de um cego. Um cego pelo amor.
Não levarei meu amor apenas eu minhas lembranças, mas em meu coração, que, incessantemente, bate pela pessoa que mudou a história de minha vida.
Na noite tranquila, os minutos passam rapidamente, mas tenho a impressão de que séculos se passam e não envelhecemos. Neste momento, meu maior desejo é sentir que a noite está a passar mais rápido, com o reflexo do seu sorriso em meus olhos apenas mais uma vez, me iluminando como o sol da meia-noite. Como a minha própria jóia incandescente.
Quando penso nele, tenho a sensação de "amigo-oculto". Sei que irá me agradar, mas me impressiono por não conhecer mais tal pessoa. Será possível que alguma ninfa veio a tratar-lhe melhor? Ou mesmo conquistou-lhe de forma mais sedutora? Alguém pode me responder como irei viver se desconheço a pessoa a mim destinada? A qual sempre amei?!
AH! Quão boa é a sensação da descoberta! Minha alma agora transborda de alegria por agora saber que a espécie, a qual costumava chamar carinhosamente de "meu amor", caiu CEGO nas profundezas da paixão errada, da qual nunca conseguirá sair, pois não haverá nenhuma luz que o fará enxergar, nem escada, nem mesmo corda que o retire de lá.
O seu verdadeiro amor estava firmemente ao seu lado, lhe estendendo a mão, mas esta foi negada pelo ego do ser humano imperfeito. Pela vontade doentia de CONSEGUIR (o que seria conquistar) aquela uma a mais.
Mas ainda com a angústia que resta em meu subconsciente, me pergunto: Por que, meu Deus, eu ainda me apego às opiniões alheias? Por favor! Faça-me compreender que cada ser humano cria seu ponto de vista! São tantos os indivíduos achando que somos incapazes de cuidar de nossas próprias atitudes, de nossas vidas, e até mesmo de nossas visões...
A face tão atraente, o aroma de sua pele exalando em volta de mim, palavras (as quais eu pensava serem sinceras) encantando-me como num conto de fadas... AH! Como as aparências podem enganar! E com tantas palavras desconhecidas, vindas de pessoas que mal conheço, rondando minha cabeça e tocando-a como uma campainha frenética, minha dificuldade de autocontrole cresce ainda mais.
Mas minha opinião já se formou, e percebo agora que o que achava que era amor, foi apenas uma paixonite. Uma mera idolatria passageira.