terça-feira, 14 de abril de 2015

Espírito

Eu gosto do Espírito.
Gosto do modo como Deus se manifesta através dele.
Gosto de como me sinto quando minha alma é preenchida com tanta beleza, com tanto amor, e presença. Isso me desmancha de um jeito bom.
Se todo mundo que diz sentir o Espirito sentisse de verdade, o mundo seria bem mais compreensível e amoroso.
Eu não consigo enxergar onde está o mal quando duas pessoas se amam, sejam elas homens ou mulheres ou o que se identificam. E também não consigo enxergar o Espírito em quem julga tanto, odeia tanto, maltrata tanto e se superioriza tanto.
Eu, particularmente, me sinto menor. Não porque eu não sou ninguém, mas simplesmente porque Ele é tão enorme e abrangente que eu não me sinto confortável pensando que sou assim importante,
O Espírito inspira amor, ele ama e pode ser visto através do olhar do amor das pessoas uma com as outras.
Eu me cansei de tanta coisa camuflando esse amor. Cansei de tantas palavras de raiva, de ódio, de intolerância e ignorância simplesmente por preguiça e orgulho de enxergar que há SIM conceitos retrógrados.
Eu quero tocar esse Espírito que rejuvenesce, que ama e muito! Que faz chorar de alegria quando se faz presente.
Tenho saudade de Deus. Daquele Deus que ama acima de qualquer pensamento humano mesquinho.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Só sei que nada sei



Madura pra idade
Não me sinto
Ainda me falta tanto!
E quando não me faltar, faltará mais ainda!
A confiança depositada às vezes é tanta que o desapontamento é inevitável
E causo desconforto
E afastamento
Mas é necessário e comum
Tão comum que quando não ocorre, acho que tem algo errado
Ainda bem
Assim o supérfluo dá trégua
E os galhos crescem sem apoiarem-se na estaca
Alcançando o topo
Dando os melhores frutos
Enxergando mais longe através daquela copa
Toda verde
e alta
E branda.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O dia em que tive mais experiências até hoje

Então, "algo" te faz pensar que é uma boa ideia visitar os professores e amigos que você não vê há algum tempo. Depois de abraços e saudades, alguém te alerta para algo que pode mudar sua vida, caso você seja bom o suficiente para prestar atenção. Na mesma hora voltei pra casa.
Aquele susto correu mais rápido que meus olhos pela tela do computador.
"Mamãe, tenho que ir HOJE pra São Carlos!"
E começou a correria. Pega documento, pega histórico, pega Enem antigo pra fazer caso tivesse demora, pega toda a felicidade do mundo pra conhecer o local no qual sonho estudar.
Todas aquelas árvores me abraçavam de tal forma que deixavam tudo verde, e foram justamente elas que me mostraram o reflexo do que eu mais almejo, mais sonho ser: aquela aparência universitária, de pessoas que não se importam com o pensamento alheio e simplesmente se sentem livres para ser aquilo que creem ser, ou o que têm vontade de ser. Aquele jeito despojado que tanta gente critica e rejeita; pra mim, uma das formas mais genuínas de se sentir único, rodeado de pessoas iguais a você. Aquele jeito que inspira tanto "achismo" que nunca alguém imaginaria. Parecia que eu estava entrando no meu próprio sonho, daqueles que a gente se imagina "quando crescer" (mesmo ainda não me sentindo crescida).
Depois de todo esse entusiasmo passando como um filme na minha cabeça, veio a decepção e a culpa por não ser atenta, além da raiva (sem muita razão, como sempre) de algo que sozinha sou incapaz de mudar, principalmente porque não depende só de mim, mas de muitas situações socioeconômicas que não me cabem. O remédio era simplesmente voltar para casa, com o já conhecido sentimento de derrota de quando abrimos um papel e lemos "incapaz" ou "fracassado", quando na verdade está escrito "não convocado".
Nessas horas é que entendemos porque não nascemos sozinhos, já sabendo de tudo da vida. Nessas horas que nossos pais são a melhor coisa que já nos aconteceram. Nossos pais são nosso país, pelo menos é um dos lugares onde mais me sinto acolhida.
Passada tão grande antítese de sentimentos, encontrei minha velha conhecida; aquela que vai do peito pra boca, passando pela mente e arrepiando cada fio de cabelo, que me deixa completamente alheia a todos os meus problemas, minha válvula de escape. Essa que fica muito melhor quando cinco tornam-na insuperável.
Já cansada continuei encarando a rotina, como se nada tivesse acontecido; e foi aí que meu dia chegou ao ápice.
Nunca fui de muitas amizades femininas. Conto no dedo quais realmente valem a pena. Mas a experiência de pela primeira vez participar de algo como derramar vulnerabilidades foi tão reconfortante quanto o primeiro fôlego após um mergulho. Descobrir que nem tudo é futilidade, que você pode SIM estar certo sobre o que acha de si mesmo, que quem achava que te conhecia não sabia nada sobre você além de tomar como regra todas as exceções que fazia de errado. Nunca me senti tão feliz em estar errada acerca das minhas antigas concepções.
Já extasiada sem ao menos participar efetivamente, me veio a certeza de que o dom das pessoas, quando te alcança, faz um bem enorme. A paixão por uma ideologia, uma matéria que seja, simplesmente me transportou para outra época; tudo tinha sumido. Éramos eu, meu caderno e aquilo que sempre amei; aquilo que me deixei forçar a acreditar que não gostava, que era apenas um exagero de "paixonite".
Naquele momento pude sentir uma gota daquilo que sonhava ser - aquela que não se importava com o alheio, que só queria ser.
Meu mergulho parecia não ter fim, e agora vejo que não tem. O caminho traçado para mim não possui um ponto a mais do que é necessário, e muito menos alguma coisa colocada por acaso. Mais uma vez, a noção de que NADA é por acaso me trouxe a certeza do que quero. A imagem sempre esteve na minha cabeça, mas nunca pensei que esta seria tão tangível algum dia. E como é bom sentir tão perto o que eu sentia estar tão longe. Inexplicável.




domingo, 19 de janeiro de 2014

Avião em queda

Came e case comigo
Suicida-se no amor
Matando a sede na saliva
Subitamente, sem dor
Como um arpão pelo peito
É lembrança constante
Não idealizar o perfeito
Porém, alma flamejante
O frio na espinha que corre
Doce, ardente, sabor de menta
Sabor que sustenta
E Morre;
Sem, entretanto, ser morta

O mais alto é o abismo
.
.
.
.
.
.
.
Entre sustentar e se morrer

.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Outro Desabafo

Sentimento de não caber em si mesma
De se refugiar em duas margens avessas de um só rio
De querer tanto, que se confundir
Mágoa, felicidade, agonia e alívio, juntos
Nem mergulhando na própria existência se explica
A saudade que fica
E o vento que vai

Vai entender...

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Concepções

Aprendi a deixar a porta aberta
Pra brisa entrar e abraçar

Sem crença, sem cor nem raça

Aprendi a amar como se fosse criança 
Sendo verdadeira acima de qualquer coisa
Aprendi que a verdade dói de qualquer forma

Aprendi que depois de passos podem vir joelhos
E que as cicatrizes tendem a enrijecer

Aprendi que o de dentro é mais que o de fora
Que o agora, que o aflora

Aprendi que o sim é tão menos que o não 
Seja com ou sem razão

O sino toca sem que a arma dispare

Antes que tudo pare

Se é que um dia.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Saída

Socorro afogo-me em saudade
Suspiro Respiro
Vela assopro escuridão vazia
Pena peso pesos lado a lado
Confundo
Confio
Fecho olhos
Preencho o que por dentro

Esvazio o que transborda inútil
Leve.
Me leve daqui.